junho 26, 2009

Astúrias - Llanes 2009

No dia em que Zeus se transformou em touro e fugiu com Europa, trouxe-a para as Astúrias, e de forma a recordar a presença daquela princesa fenícia, estas montanhas tomariam, para sempre, o nome de “Picos de Europa”……..esta é a versão mitológica associada a esta cadeia montanhosa, que se situa no norte de Espanha; outra versão mais realista está associada aos marinheiros que, ao regressarem ao continente europeu, vindos do alto mar, avistavam, os cumes destas belas montanhas…
A bandeira do principado das Astúrias é representada por uma cruz, “La Cruz de la Victória” que simboliza a batalha do início da reconquista cristã sobre os mouros que dominavam, no século VIII, a península ibérica…
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Mas para chegar até este principado, é necessário atravessar (entre outras) a província de Castela-Leon, pelo que, acabamos por fazer uma paragem curta em Leon.

Aqui, destaca-se a catedral...

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A auto-estrada entre Leon e Oviedo (Capital das Astúrias), torna-se muito bonita, a partir do momento em que se entra nas montanhas….belas, altas, muito verdes e com pequenas aldeias espalhadas; atravessam-se 2 a 3 dezenas de túneis, alguns bastante cumpridos (o maior tem perto de 5 kms), proporcionando curiosas mudanças de clima, entre o momento da entrada e da saída…tratando-se duma “auto-pista”, só deu para parar, mais à frente, num local de paragem apropriado, perto duma albufeira…
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O n/ destino foi a pequena vila piscatória de Llanes, hospitaleira e com cariz já bastante turístico, por 2 motivos: A proximidade dos Picos de Europa e o mar. Quanto à vila em si, apresenta um ar acolhedor e pitoresco…
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Muitos pequenos restaurantes e bares, especialmente, sidrerias!… onde se vende…e muito!...a bebida local (acho que não bebem mais nada): A Sidra, bebida feita a partir de maçã fermentada; tem de ser servida como deve ser: despejada da garrafa para o copo a uma distância considerável, sempre aos poucos de cada vez, para não perder a textura turva e permitir uma boa oxigenação…isto, segundo os locais…
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Em termos gastronómicas, destaca-se a “Fabada” (na foto), uma espécie de feijoada…além disso, muitos queijos de confecção artesanal.
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Llanes foi local de embarque de muitos espanhóis rumo à América, principalmente com destino ao México; emigrantes que, nos finais do século XIX, seguiam, em barcos a vapor, à procura duma vida melhor. Os que regressavam, geralmente traziam fortunas conquistadas do outro lado do oceano, construindo palacetes. Hoje, boa parte desses palacetes viraram hoteis…um pequeno exemplo, entre muitos; este não virou hotel…
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Apresenta tambem um pequeno centro histórico…
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Um dos símbolos da vila são os cubos da memória…cubos de betão amontoados no porto pesqueiro, pintados por um artista basco, de forma a criar um cenário mais colorido…
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O passeio de “San Pedro”…um espaço verde, junto ao mar…
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O que torna este destino especial é a combinação entre a montanha e o mar e que proporciona imagens que são verdadeiros postais, mas, comecemos pela costa…. .
O litoral das Astúrias é banhada pelo mar cantábrico; em redor de Llanes, encontramos dezenas de praias; rochosas ou com longos areais, a dificuldade está na escolha…do ponto de vista climático, o sol nem sempre marca presença, de forma radiosa e estável, pelo que se deve aproveitar, quando raia…
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E meus amigos...que praias!...dignas das suas congéneres das caraíbas…águas límpidas, em tons de azul turquesa e água morna! Sim, é verdade, uma água muito agradável e apetecível…
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Outra praia…
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E mais outra…
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Perto do n/ hotel, nos arredores de Llanes, existem os “bufones”, são grutas criadas nas rochas que, com a subida das marés e com a força do mar, criam espécies de “geysers” de água que podem atingir os 20 metros de altura!…quando fomos, o mar estava demasiado calmo, contudo na entrada do hotel, havia esta foto.
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A vista do n/ hotel…
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Aproveitando este último registo, passamos da costa para a montanha; mais precisamente, para o Parque Nacional dos Picos de Europa, a verdadeira razão que nos trouxe cá….
Este Parque nacional, catalogado de paraíso natural pelo turismo local, tem uma área de cerca de 65.000 ha, é constituido por 3 grandes maciços montanhosos e abarca 3 comunidades autónomas: Astúrias, Cantábria e Castela-Leon.
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A n/ visita começou pela Basílica de Covadonga, um santuário eregido em pleno parque; um lugar de grande significado para os asturianos, onde natureza, religião e história se encontram.
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As próximas fotos são do rei Don Pelayo, rei cristão que, no século VIII, terá vencido os árabes, na batalha de Covadonga, dando assim, início à reconquista cristã na península ibérica…não fosse este homem, provavelmente, teríamos estudado o Corão…em vez da Bíblia. :-))
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Em honra dessa conquista cristã, foi construida esta basílica e uma capela numa gruta, sendo, agora, uma local de peregrinação para os asturianos…
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Seguindo…e subindo, fomos em direcção aos famosos lagos de Covadonga – Lagos Enol e Ercina; são lagos glaciares, situados a cerca de 1.100 metros de altitude…a paisagem ia melhorando, a cada passo…
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Na minha opinião, a próxima foto é emblemática: demonstra aquilo que são os Picos de Europa, montanhas verdes, com picos cobertos de neve…e vacas a pastar!...um verdadeiro postal!
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Mais alguns quilómetros e os lagos!…e as vaquinhas a pastar por todo o lado!
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Até posam para as fotos!...:-))
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Um verdadeiro cenário idílico…foi só desfrutar …
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No que respeita ao Parque Nacional dos Picos de Europa, existem, ainda, 2 locais de referência (que não visitamos), o teleférico de Fuente Dé (um teleférico com um desnível de 750 metros e que transporta o turista até uma altitude de cerca de 1.800 metros) e o desfiladeiro “del cares” (um desfiladeiro de 6 kms, escavado na rocha, para ser percorrido a pé e que proporciona um espectáculo geológico impressionante, tambem chamado de “Garganta Divina”). Ainda ficam distantes deste local…
Na volta, passagem pela cidade de Cangas de Ònis, a velha capital do reino das Astúrias e uma das portas de entrada para o parque, é bastante movimentada e turística, mas sem perder o seu traço histórico….O ex-libris desta localidade é uma ponte gótica…
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Evidencia uma réplica da “Cruz de la Victória”, símbolo deste principado…
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No regresso a Portugal, passagem por Oviedo, capital das Astúrias, uma cidade de grande dimensão; do ponto de vista arquitectónico, destaque para sua catedral de estilo gótico…
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Alguns edifícios mais emblemáticos…
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Uma cidade que me pareceu bastante animada e que parece manter as suas tradições e raízes musicais; a exemplo, um conjunto folclórico e uma banda musical constituida, apenas, por gaitas de foles…
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"Astúrias – Um paraíso natural" é, definitivamente, uma frase que faz jus à realidade, uma combinação perfeita entre montanha e mar e que satisfaz o viajante mais exigente. Até à proxima!